Eu sempre falo por aqui sobre a importância da descrição na mesa. Isso vale tanto para os mestres quanto para o jogadores, e minha parte preferida é a descrição de magias!
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Geralmente os sistemas de RPG de fantasia têm um capítulo inteiro (geralmente o maior capítulo do livro) reservado às magias.

Nesse capítulo podemos encontrar os pré-requisitos das magias: componentes verbais/gestuais/materiais; suas especificações: alvos, alcance, resistência, duração; e a descrição de seus efeitos. Hoje vamos falar sobre esta última parte.

Como sua magia se expressa no mundo físico. Qual sua aparência.

* Disclaimer: Antes de você querer radicalizar na sua mesa, ou me crucificar e tacar fogo, alguns sistemas têm regras bem sólidas sobre suas magias, e outros trazem mecânicas especificas para fazer as alterações que irei sugerir adiante, então use o bom senso e se necessário consulte os livros do seu sistema.

Nos suplementos para D&D 3.5 (vou falar dele que tenho mais conhecimento pra não falar besteira) existem talentos para mudar o elemento de uma magia. Um(a) jogador(a) que possua esse talento pode, por exemplo, mudar o elemento de sua bola de fogo para ácido, gelo ou raio e assim gerar vantagens pelo “tipo de dano” contra determinados inimigos ou em determinadas situações.

Se sua única magia em área é de fogo, e está enfrentando um grupo de 6 criaturas de fogo, você tá lascado(a)! Poder mudar o tipo de dano de sua magia é uma vantagem nesse caso. Não é disso vamos falar hoje. Vamos falar sobre a descrição padrão de sua magia, se seu mestre concordar que você tenha uma magia que é idêntica a uma do livro de regras mas que causa dano por outro elemento. Okay, mas isso não quer dizer que você vai poder mudar esse elemento de volta para o original quando for conveniente.

Descrição de magias

Não tem nada mais sem graça do que você falar “Eu lanço uma bola de fogo” lançar os dados de dano e passar o turno. É uma fucking bola de fogo consumindo tudo! Isso afeta os personagens que sofreram danos, o cenário – onde agora pode estar começando um incêndio – e por aí vai, então pelo amor dos deuses, quando você lançar sua magia descreva seus efeitos na cena! Mesmo que seja idêntico ao do livro, diga que ao estender sua mão e recitar suas palavras mágicas uma pequena esfera flamejante voa de sua mão até o meio dos inimigos, e quando você fecha seu punho a pequena esfera cresce rapidamente, engolindo seus inimigos nas chamas!

Aí você me diz: “Puts, mas aí se toda vez que lançar essa magia eu ficar repetindo isso vai ser chato!”. Se você sempre descrever a mesma coisa, sim, ainda bem que aquela pequena descrição não explora todo o potencial da sua magia. Descreva seu efeito sobre as criaturas atacadas, sobre a área afetada, mude o ângulo, recite novas palavras mágicas para demonstrar seu desprezo pelo inimigo. Faça algo divertido! Apenas lembre-se: você está jogando em conjunto, não tome muito tempo do turno para fazer a descrição.

Se em uma cena você descreveu o efeito da bola de fogo, na outra foque nas palavras mágicas, ou no uso dos componentes. Existem muitos aspectos para interpretar durante o combate e sua descrição não precisa ser longa para ser legal!

Adicionando um toque de personalidade

Todos os magos/feiticeiros/bardos/etc lançam uma magia exatamente igual?

Dependendo de onde vêm seus poderes, a forma como você os conjura, características de seu personagem (como uma raça especial), um dom divino, uma magia aprendida através de uma entidade antiga entre outros, tudo isso pode afetar o visual de suas magias. Como exemplo, um bruxo que ganhou suas magias através de um pacto com um demônio pode lançar uma bola de fogo negro, ou esverdeado, as possibilidades são infinitas.

As chamas verdes mudam algo na parte sistêmica da magia?

Não necessariamente, isso vai depender do seu mundo e do seu jogo. Podemos brincar com a aparência das magias sem alterar nada sistêmico. Uma bola de fogo verde pode ser só verde, tendo o mesmo dano, o mesmo alcance, o mesmo tudo.

Se no seu cenário as chamas verdes possuem um atributo especial, por exemplo, as chamas verdes não queimam como o fogo, elas são espirituais e consomem mana como seu combustível, bom, aí tudo muda de figura. Nesse caso não é a mesma coisa, mas não quer dizer que não pode ser feito… Se seu mestre permitir algo do gênero por que não usar? Claro que ele vai fazer todos os ajustes na parte do sistema da magia, ajustando seu nível, alcance e testes resistidos…

E é claro que isso pode ser utilizado pelos mestres também! Não apenas colocando novos efeitos nas magias, mas simplesmente mudando suas aparências para não entregar o ouro para seus personagens!

Mestres

Quando você como narrador diz que o inimigo lançou uma bola de fogo e da o CD para seus jogadores testarem evasão, fica claro pra eles que estão enfrentando um “conjurador comum” do seu sistema.

Com mais algumas cenas eles conseguem decifrar qual a classe desse inimigo, ter uma ideia do seu nível e consequentemente, estimando o que esse personagem pode ou não fazer, quais seus pontos fortes e fracos…

Se você quer surpreender seus jogadores, deixando-os sem ter certeza de nada, tornando aquele inimigo um mistério, uma das formas de fazer isso é mudando completamente a descrição de suas magias.

Se a intenção for realmente tirar o chão deles, é só fazer pequenas alterações nas magias junto com sua descrição. Uma magia como uma bola de fogo, com mesmo alcance, teste resistido e dano, pode se tornar uma centena de espetos de pedra que saem do chão, crescendo como uma bola de fogo, do seu centro ao alcance máximo da magia.