Galera, vou fazer o primeiro de uma saga de “Artigos” com minhas impressões sobre o RPG de The Witcher.
Não quero trazer um review com detalhes técnicos, de capa quantidade de páginas, mas não posso deixar passar que a capa dura é a edição normal, não uma edição especial de luxo. Principalmente tendo em vista que a Devir trouxe o RPG sem um financiamento coletivo.
CAPA
As artes são maravilhosas, mas acredito que todas elas vieram emprestadas das artes pros jogos eletrônicos de The Witcher, acho que foi algo bom, talvez uma arte própria encareceria ainda mais o produto e torceria o nariz dos compradores… Colocando os desenvolvedores entre a espada e cruz: “se fosse imitando a dos jogos não seria original, se fosse original, seria diferente do que esperado.”
Só lembrar das reclamações das escolhas de atriz da Triss Merigold pra série.
Afinal quem assina embaixo é a própria CD Project Red, responsável pelo jogo digital, a Devir, óbvio, bem como a R. Talsorian Games (RTG) que é responsável pelo RPG Cyberpunk 2020, e seu fundador Mike Pondsmith está trabalhando junto da CD ou seja, um parceiro da Project Red, mas se você vive em uma caverna e não está entendendo o que eu estou falando, saiba que o game digital Cyberpunk 2077 já é considerado o jogo mais aguardado da nova geração (eu estou escrevendo um artigo sobre esse jogo, quando estiver disponível coloco o link aqui).
Falando de Cyberpunk, o outro responsável na assinatura desse RPG é uma empresa que até então não tinha ouvido falar PONDSMITH & PONDSMITH. Isso me deu uma curiosidade e fui pesquisar, como já disse Mike Pondsmith é o criador do RPG de mesa Cyberpunk 2020 e fundador da RTG, bem como está a frente do game digital Cyberpunk 2077, aí eu pensei: será que ele também está por trás do RPG de The Witcher? Esse cara tem quantas horas no dia? Será que ele dorme?
Mas aí eu descobri que PONDSMITH & PONDSMITH nada mais é do que uma empresa que nasceu da RTG, do filho e da esposa de Mike. Numa entrevista ao GameSpot ele garante que não ajudou em nada nesse projeto, acho que vamos ter que acreditar na palavra dele.
Essa entrevista também mostra que a iniciativa toda veio da CD Project Red, mas que sua família realmente foi a responsável em dar cabo do serviço, talvez justificando todo o destaque recebido nessa capa.
Você pode conferir a entrevista na integra aqui. Ou se você tiver mal do inglês pode sacar os melhores momentos da entrevistas trazidos pelo Pedro Temerian no Vale do Pontar, um site especializado nos últimos lançamentos da CD Project Red.
Ufa, finalmente terminamos a capa…
ÍNDICE – FASE BÔNUS
Vou jogar essas duas imagens:
Só pra provar o que eu disse ali em cima, os grupos de artistas são basicamente os mesmos e a maioria das imagens são reaproveitadas.
Agora vamos ao que interessa…
O MUNDO DE THE WITCHER
Nessa área recebemos as únicas “verdades do game”, como assim? É uma parte que fala em que momento do mundo de The Witcher, a origem de tudo, a conjunção das esferas, a guerra das raças e origem dos witchers e as guerras Nilfgaardiana. Tudo bem simples e pincelado, não entram em detalhes, mas como já disse, são as únicas verdades sobre o mundo que você recebe…
Como assim?
O próximo capítulo também é sobre a história do mundo, mas fala por meio de Rodolf Kazmer, que nos é apresentado no capítulo anterior como um anão vendedor de armas.
A HISTÓRIA RECENTE POR RODOLF KAZMER
Esse capítulo conta um pouco mais sobre a história do mundo, mas por meio de um personagem que vive naquele mundo, ou seja, traz uma leitura mais agradável, como se você estivesse conversando com alguém, do que lendo um livro de história.
Vale ressaltar também que traz a pegada que Word of Darkness vem adotando nos últimos anos, nada daquilo pode ser verdade, pois é o papo de um vendedor, dando ao mestre o poder de alterar, mudar, ou ignorar completamente essa parte.
Também coloca o jogo temporalmente entre os jogos eletrônicos The Witcher 2 e 3.
Depois disso temos oito páginas com a ficha completa de personagens importantes que apareceram nos livros/jogos como o Geralt (óbvio), as bruxas Triss e Yennefer, o bardo Dandelion (sim mostrando uma forte influencia dos jogos e não dos livros onde ele é chamado de Jaskier) e por aí vai.
CRIANDO SEU PRÓPRIO PERSONAGEM
Esse capítulo é muito legal (pelo menos eu achei), apesar de envolver várias tabelas e eu ODEIO tabelas, acabei me divertindo bastante com elas.
Primeiro passo é escolher uma raça:
Temos Humanos, Anões, Elfos e Bruxos, sim… bruxos são uma raça/classe, se escolher uma leva a outra de brinde e dane-se.
Isso é interessante porque vai influenciar na maneira que as pessoas normalmente te tratam… O jogo The Witcher RPG é uma dark fantasy e racismo é uma questão bem pontuada nesse livro. Aí vamos ao passo dois:
Caminhos da vida.
Esse passo é opcional, mas eu recomendo que jogue, é muito divertido, saber se você tem irmãos, seu sexo, se te odeiam, se te amam, o que aconteceu com seus pais, se teve um grande amor, se teve alguém que te influenciou na vida.
Isso dá um background rico e interessante. Mas como já disse é um dark fantasy, a maioria das rolagens acaba em péssimas situações.
Por exemplo, um dos meus jogadores começou com a família sendo morta pela polícia secreta de Nilfgaard, o outro teve um romance que a família proibiu…
O bruxo joga em outra área (já começa o preconceito aqui)… a vida de um bruxo é muito diferente de qualquer outra raça, então eles tem tabelas diferenciadas.
Terceiro passo escolher a profissão.
Achei bem legal a maneira de distribuição de pontos e equipamentos… Não é como a quinta edição de vampiro a máscara que cada vampiro fica bem diferente um do outro, mesmo que escolham o mesmo clã, mas tem pequenos diferenciais que mesmo que todos escolham a mesma profissão, dificilmente ficarão personagens iguais.
Temos Bardo, Artesão, Criminoso, doutor, mago, homem de armas, mercador sacerdote e obviamente o bruxo.
Todas as classes tem uma skill única que somente a profissão dá e essa skill tem uma árvore que você pode upar, deixando seu personagem mais especialista.
Gostei de como as profissões funcionam, elas são abrangentes deixando você distribuir pontos para poder criar um personagem, por exemplo, um dos meus jogadores escolheu ir de artesão, mas gastou seus pontos para ser uma boa alquimista, já não é muito boa de lidar com trabalho de ferreiro e tudo o mais.
O mago do grupo é péssimo em uso de Hexes (em outro post quando for falar de magia explico mais sobre isso).
Próximos passos estatísticas e skills…
São muitas e ainda tem as derivadas, não vou falar de uma por uma, mas no geral achei um pouco inovador, nada revolucionário, mas foge daquelas habilidades de D&D, se aproximando um pouco mais das de Crônicas do Gelo e Fogo RPG.
Mas uma coisa que eu senti nesse livro que não senti no Crônicas do Gelo e Fogo RPG, é que eles abreviam estatísticas que nós não somos acostumados, o que nos força a voltar até a página 47 pra lembrar o que é “REF” (nesse Jogo Destreza (DES) e Reflexos (REF) são diferentes).
Talvez seja porque eu sou idiota, mas não sei… achei chato até decorar tudo.
Depois tem um sistema de distribuição de pontos de Skill que me lembrou Chamado de Cthulhu RPG, com Skills derivadas da profissão e outras skills que não estão relacionadas a profissão.
Como funciona uma rolagem de Skill?
Você joga 1d10 soma com sua skill e soma com a estatística base da skill e compara com a dificuldade que o mestre vai dar. Sendo estas fácil 10; médio 14, desafiador 18, difícil 20, praticamente impossível 30.
Ou você pode rolar contra um personagem ou NPC, quem der maior ganha, se der empate o defensor ganha.
Os últimos passos são o Dinheiro e gastar o dinhero
Que você pode rolar, tem uma tabelinha de acordo com a profissão, ou dar uma base para os seus jogadores comprarem o que quiserem (dependendo da profissão pode-se ganhar mais ou menos).
Depois daí vem um calhamaço de itens que dá pra comprar.
Gostei muito dessa sessão, já que o dinheiro e a economia de The Witcher é completamente alienígena pra mim, tem detalhado tudo que o mestre precisa saber de preço, se a taberna é bonita, se é um espelunca quanto cobrar em cada uma.
Tem vários efeitos de armas que eu achei interessante, tem também em detalhes uma outra coisa que eu nunca vi em outro jogo, a bainha é comprada separadamente, ou seja… comprou espada, mas não comprou bainha, vai carregar ela no cinto, ou na mão.
Todas as armas e armaduras são descritas em paginas subsequente das tabelas.
Vou falar um pouco mais sobre as características das armas quando for falar sobre combate
Esse já é menos raro de ver, mas eu também vi com pouca frequência itens para seus animais, como viseira, normalmente só se vê armaduras e tal.
Próximo artigo começo falando sobre a magia no mundo de The Witcher que na minha visão é uma das melhores coisas do cenário.
Então galera o que vocês acharam o RPG do bruxão? Vocês querem que o R2PG faça uma live desse jogo? Comenta aí… Eu não aprofundei em regras nem nada, mas se ficou alguma dúvida só perguntar, um beijo no coração e sejam felizes…