Prepare-se para embarcar em uma jornada emocionante ao lado de Betesda, uma dragonesa criada por humanos, e seus amigos improváveis. Em um mundo onde magia e perigo se entrelaçam, a lealdade e a amizade serão postos à prova. Descubra como Betesda enfrenta desafios inesperados e se fortalece a cada passo. Espero que você se encante com esta história de fantasia e aventura. Não deixe de compartilhar suas impressões nos comentários!
Betesda, A Dragonesa
Betesda era uma dragonesa criada por humanos. Seu crescimento era baseado em sua dieta e como sempre foi bem alimentada, ela estava ficando grande.
Criaturas místicas, os dragões tinham muitas formas de evoluir, hibernar era uma delas, ajudava a elevar seu poder mágico. Comer trazia um resultado mais rápido, porém, não dormir podia deixar a criatura irracional. Felizmente Betesda tinha forte ligação afetiva com seus humanos e por isso conservava sua inteligência.
No grupo de Betesda havia 3 pessoas. Algor era um ex-nobre que saqueou o castelo onde morava para formar seu bando de desordeiros. Até hoje o Reino do oeste tinha um preço alto por sua cabeça. Ele era hábil com a espada e sempre tinha itens mágicos diversos.
Lawliet era uma ex-clériga que abandonou a igreja por causa de seus grandes desejos carnais. Ela manteve sua magia divina trocando o deus da justiça pela deusa da vida, que pregava o oposto da castidade.
Júlio era um excelente caçador, que se tornou mercenário e bandido por último. Foi com sua perícia em arco e flecha que matou um príncipe a longa distância em um serviço pago. Assim como Algor, Júlio também tinha uma recompensa em seu nome. Apesar de não prestarem, Betesda amava todos eles.
Quando Betesda atingiu 4 metros de comprimento, era comparada a uma criança em termos dracônicos, Júlio montava nela e sempre recebia esporro de Algor: “Desce daí antes que quebre o pescoço. Isso não é cavalo não”. Betesda gostava, apesar de no final nunca levar ninguém voando.
A grande boca do dragão não a permitia falar como os homens, mas ela entendia o idioma e se tivesse desenvolvido melhor seus poderes, poderia ter usado telepatia, falando direto dentro de suas cabeças. Betesda sonhava com o dia em que conversaria com eles.
Dia após dia, Algor reclamava do apetite de Betesda, não que ele pagasse alguma coisa, pois sempre roubavam gado de algum vilarejo ou porco e galinhas. Lawliet sempre media Betesda nas manhãs. “Está chegando nos 5 metros”, ela comentou.
“Semana passada ela estava tossindo fogo”, Júlio lembrou, “Demorou, mas já deve saber fazer a baforada”.
Algor fez sua observação: “Ela dorme pouco, por isso demora a desenvolver seus poderes mágicos, em compensação está ficando maior que Balotier em apenas 2 anos”. Ele passou a mão pelas escamas vermelhas e velhas de Betesda, “Em breve vão cair e dar lugar a uma nova”. Betesda não sabia quem era Balotier.
E em poucos meses, como Algor disse, as escamas de Betesda caíram e se tornaram vermelho cereja, tom quase rosa. Ela também conseguia dar poderosas baforadas. A equipe estava extremamente feliz.
Um dia, enquanto o grupo almoçava, Betesda tirava um cochilo, mas despertou sentindo algo ruim. Julio mordia o osso do cervo que caçou (mais da metade do bicho foi para Betesda) e falava a Algor: “E se comprássemos um castelo no Reino norte?”
“Melhor gastar com algo rentável, tipo uma taverna. Lembra que da última vez acabou rapidinho?”, Lawliet disse.
Betesda ignorou eles se erguendo e farejando o ar. Ela girou em seu próprio eixo sentindo uma ameaça se aproximar. Suas escamas inflaram em instinto natural de proteção. Algor notou que algo estava errado e se ergueu pegando a espada.
Um ponto azul cortava o céu distante feito um pássaro. Um relâmpago caiu dele atingindo a espada de Algor e o queimando junto. O líder do grupo caiu no chão esfumaçando, Lawliet colocou as duas mãos sobre ele, liberando uma fraca luz branca que começou a restaurar as queimaduras.
Betesda voou fazendo cobertura para seus amigos. O ponto azul foi crescendo na medida em que se aproximava. Era um dragão de escamas azuis, tinha o dobro do tamanho de Betesda e possuía uma cicatriz na lateral da cabeça. Ele abriu a boca e do fundo de sua garganta um relâmpago se projetou para fora, passou a centímetros de Betesda e estourou no chão ao lado de Lawliet.
Julio pegou seu arco e flecha e atirou no dragão azul, que abriu suas asas e planou para longe evitando a seta. Em seguida retornou em alta velocidade, Betesda se meteu na frente e os dois se chocaram, caindo no chão e arrastando um monte de terra. “É o pai de Balotier!”, Júlio gritou. Betesda não fazia ideia do que eles falavam.
Com o corpo queimado, mas parcialmente restaurado, Algor mexeu em sua algibeira puxando um dente azul longo e uma pedra transparente, mas estava ainda muito debilitado para agir com firmeza. Julio tomou da mão dele e furou a pedra com o dente. Na medida que as rachaduras se espalham, a pedra liberou uma luz forte e amarela igual ao sol.
Enquanto isso, Betesda mordia a traqueia de seu adversário, enroscado nele. O sangue escorreu pelas escamas azuis. O dragão azul laçou o pescoço de Betesda com a calda e a puxou para trás, jogando-a longe. Depois voou na direção dos humanos com a boca aberta.
Julio apontou a pedra para ele, uma grossa linha amarela de energia pura projetou-se da pedra, atingiu o ombro da criatura e subiu arrancando uma asa. Quase simultaneamente, a eletricidade faiscou pelos furos da traqueia do dragão e lançou-se para fora pela boca, atingindo Julio na face.
O rosto de Júlio se abriu no meio da boca pra cima, seus olhos explodiram e seu cérebro ficou exposto. Ele caiu para trás rígido. Betesda rugiu se erguendo e pulou para voar rumo ao seu inimigo, mas o dragão azul estava muito à frente. Ele rolou no chão por causa da queda de ter perdido a asa e abocanhou Lawliet pelo tronco. A clériga revirou os olhos de dor e começou a projetar a luz branca em si mesma.
A magia de cura restaurou seu ferimento, mas os dentes ainda estavam cravados em sua carne. O dragão azul forçou seu maxilar esmagando as costelas dela. Lawliet gritou até sua voz ser interrompida por um jato de sangue. Betesda caiu em cima do dragão azul o mordendo.
O dragão azul balançou sua cabeça de uma lado ao outro dilacerando Lawliet e depois a arremessou longe. Ele ignorou as mordidas de Betesda e pisou na cabeça de Algor, espalhando massa cefálica no chão. Betesda mordeu o ferimento no ombro dele e soprou fogo, dessa vez o inimigo sentiu. Ele capotou rolando no chão e rugindo, Betesda foi derrubada.
Era tarde demais. Os amigos de Betesda estavam todos mortos. Ela se aproximou do corpo de Algor o farejando. O dragão azul se ergueu muito ferido e cambaleou para longe chorando amargamente. O ódio dominou o coração de Betesda, ela avançou sobre o adversário lançando labaredas e mais labaredas de fogo.
O dragão azul não revidou e foi queimado até a morte. Tudo o que a telepatia dele transmitiu para Betesda foi uma profunda tristeza.