10.000 anos que não faço um artigo 100% RPG, estou quase como o gênio da lâmpada do Aladim.
Antes de mais nada, preciso avisar: Sei que parece que o título quer causar… Mas quer causar mesmo! Quero falar coisas sobre os dois cenários/sistemas que muita gente discorda, bem como quero dizer que minha experiência maior é com Vampiro a Máscara (VaM) e Vampiro o Requiem (VoR) e que o que vou falar sobre eles, na maioria das vezes, se aplica à outras criaturas dos cenários, mas algumas vezes não…
Outra coisa importante antes e começarem a ler o Artigo é que estou trazendo um top três coisas que vi em fóruns e boca de amigos que queria corrigir. Mas que depois disso, posso falar algumas coisas pesadas pra quem já joga há algum tempo, se sua mente é fechada e não aceita outras opiniões, leia o top três e vá ver outra coisa.
Chega de enrolação, vamos falar de
Vampiro o Réquiem
Por que você quer falar desse cenário já tão batido e esquecido? Pera lá, não precisa ofender, ele não pode ser batido, e esquecido acho difícil.
Primeiramente, vou falar sobre esse maravilhoso cenário, pois um dos nossos seguidores disse que preferia o Vampiro a Máscara (ok… gosto pessoal dele, nada de errado), mas gostaria de entender um pouco mais sobre esse sistema/cenário, do Réquiem.
Eu não vou fazer uma lista de 10 razões pra você começar a jogar Réquiem, só vou esclarecer comentários errôneos que eu vi.
- Vampiro o Réquiem é mais político que vampiro a Máscara?
Não. Na verdade o livro básico dá ao mestre mais ferramentas para fazer um mundo político complexo e intrínseco (principalmente por causa das coalizões), mas ledo enganado achar que Vampiro a Máscara não é igualmente político. Mas assim como seu mestre conseguia transformar suas partidas de VaM em Dragon Ball ele também conseguirá fazê-lo em VoR.
- As coalizões são como pequenos grupos que brigam entre si, em VoR fica tudo mais claro quem é o inimigo e quem não é.
Também não. Muita inocência achar que todos que estão na mesma coalizão são amiguinhos, quantas vezes em mesas de VaM não topamos com primogênitos que secretamente seguiam o Sabá? Quantas vezes não confiamos naquele NPC que nos ajudava o tempo todo e no final se descobriu que ele trabalhava para um Barão Anarquista? Na verdade, como já falei, a existência de vários grupos só dá ao jogo mais oportunidades.
Só para terem uma ideia, o personagem inicial de uma partida que estou mestrando agora possui um alto cargo dentro da Coalizão do lancea Sancta, mas seu objetivo final é a total aniquilação desta coalizão o qual ele faz parte.
- Precisa ter uma noção de todos os outros cenários de Crônicas das Trevas, para uma boa narrativa.
Não posso dizer que está completamente errado, afinal, em qualquer RPG, quanto mais você sabe, melhor… Agora não há a necessidade, tudo pode ser substituído por simulacros dos efeitos das disciplinas assim como o livro básico de VaM dizia. Os mortos vivos são autossuficientes para uma boa história, para provar isso basta ver as aventuras oficiais, nenhuma traz consigo a necessidade de conhecer as outras criaturas sobrenaturais de modo profundo. Além do que se você desejar, as entidades sobrenaturais do Crônicas das Trevas estão bem mais equilibradas, os vampiros muito mais poderosos (olha aí o Dragon Ball se formando) do que no VaM.
Agora vem a parte chata. Volto a repetir, se você está acostumado com seu jogo, e se ofende se te dizem algo ao contrário, melhor não continuar… Agora se você sentiu que algo estava estranho, com seus cinco pontos de armas brancas (descrito no livro que “seus inimigos preferem enfrentar um time da SWAT à sua lâmina”), mas quando foi fazer um ataque contra alguém de costa, não conseguiu acertá-lo….
Ou quando você era um lobisomem e morreu com um tiro de bala de prata que acertou SEU PÉ!!! Bem, se você sentiu que isso estava estranho, ou errado de algum modo, vem comigo.
O Crônica das trevas veio para corrigir o que as pessoas entenderam de errado no Mundo das Trevas Clássico. Não entendam errado, o MdT não tinha nada de errado, as pessoas que não tinham entendido.
Por várias vezes o livro fala, que a narrativa é mais importante do que o sistema, mas ninguém parecia se importar. O vampiro tinha força cinco (descrito no livro como “você esmaga crânios como uvas”), mas quando ele queria arrombar uma porta de madeira ele tinha que rolar dados loucamente, e às vezes dava erro, ou um erro crítico.
Você consegue imaginar alguém que vê o crânio de um ser humano, macio como uma uva, tendo dificuldades em arrombar a porta de um apartamento? Pois é… VaM era feito para ser jogado sem dados, focando na narrativa e os dados apenas dariam um toque especial, caso o mestre achasse que a cena realmente dependeria de algum esforço ou aleatoriedade.
Por exemplo, se esse vampiro, do parágrafo anterior, fosse tentar parar um carro em movimento, realmente, um grande esforço, mesmo para ele. Ou se ele quisesse pular de uma superfície irregular para outra, outros fatores além de sua força apareceriam aí.
Se você não consegue se imaginar jogando VaM reduzindo absurdamente a rolagem de dados talvez você deva conhecer e experimentar Desmortos, que está nesse momento em financiamento coletivo pela Fabrica Editora. Desmortos é um RPG sobre vampirismo que utiliza o Sistema AWE (Apocalypse World Engine) mas com algumas alterações, por exemplo ele não utiliza dados. Voltando….
Então os criadores pensaram eles empacaram nas regras, bem como estão levando a criação do cenário como verdade absoluta, vamos criar algo com um sistema mais simples e um Lore mais aberto. Por isso em CdT não há verdades fechadas, ou respostas certas, bem como seu sistema é simples, com poucas rolagens de dados.
Não que em VaM tinham respostas certas, mas as pessoas faziam de Caim a verdade absoluta e inquestionável, bem como a Gehenna. O que não era… tudo dependia da decisão do mestre, mas o medo de “virar Mother Juana Rules/Lore” era grande demais.
Bem… Se você chegou até aqui, espero não ter te traumatizado, saiba que não estou falando verdades absolutas, se quiser discutir comigo nos comentários, ficarei muito feliz. Agora, se você quer me falar que não existe maneira certa de jogar, o negócio é se divertir, quero dizer que concordo plenamente com você, mas se sua ideia de diversão é ficar jogando montanhas de dados que travam a narrativa, por favor não me convide para sua mesa.
Bônus extra: Se você vai jogar VoR, faça isso com estilo! Então clica aqui e dá uma olhada nas fichas personalizadas que os Cronistas das Trevas fizeram! Quem segue a gente nas redes sociais já deve ter visto alguma foto dessas fichas em nossa mesa, e se você nunca viu segue a gente no Instagram que vamos trazer vários materiais legais para deixar sua mesa mais bonita ^^.
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Parabéns pelo artigo. Entendo o medo que te levou a pedir tantas desculpas. O pessoal mais tradicionalista costuma ser bastante dogmático em relação a mudanças. Infelizmente não tive boas experiências jogando VaM (era tipo um X-men gótico), e acabei me apaixonando com o clima de mistério do Réquiem, que me leva a preferi-lo. Contudo, é incontestável o charme da Máscara. Continue com publicações assim. For the night is long and full of terrors
Obrigado pelo apoio, pensei que a primeira mensagem seria algo como “não sei quem é você, mas vou te achar e te matar” Leam Neeson style.
Fico feliz de encontrar um jogador que, assim como eu não vê seus jogos favoritos como dogmas religiosos.