Olá galerona, depois de um tempo tentando reviver meu notebook que ganhei do SARESP há uns 4 anos eu estou de volta. Enquanto eu estava neste dilema acabei conhecendo uma série muito interessante: Max Headroom.
Como fã de cyberpunk de carteirinha, resolvi pegar alguns pontos interessante da série e tentar levá-los para a mesa. Espero que seja útil!
que série é essa?
Max Headroom foi um personagem criado em 1984 no Reino Unido como sendo o primeiro apresentador de TV gerado por computador. Seu programa The Max Headroom Show foi ao ar em 1985.
Apesar da proposta, Max não tinha nada de digital. Era interpretado por Matt Frewer, que mais tarde faria filmes comoWatchmen e aparições em séries como Supernatural. Sua voz era modificada com um harmonizador e o cenário inicialmente feito à mão.
Seu sucesso o fez aparecer desde comerciais da Coca Cola a um episódio de Vila Sésamo, e tudo entre eles.
Filme
Com o sucesso do programa, um filme de 60 minutos foi feito também em 1985, dando um universo ao personagem. Max Headroom: 20 Minutes Into the Future mostra um futuro próximo, onde Edison Carter, um repórter investigativo descobre um grande segredo de sua própria emissora.
Ao tentar descobrir mais a respeito, é perseguido e bate a cabeça em uma cancela que tinha os dizeres MAX HEADROOM 2.3M (altura máxima 2,3m) , o deixando praticamente em coma.
O responsável pelo P&D da emissora, Bryce Lynch, tenta digitalizar Carter para que sua cópia digital continue fazendo os programas enquanto eles resolvem o que fazem com o original.
A cópia digital de Carter não sai como o esperado, com vários glitches de aparência e personalidade, se nomeando Max Headroom, sua última memória.
A estranheza e o fato de Max saber tudo o que Carter sabe levam Grossberg, o dono da emissora, a mandar que o mainframe de Max seja resetado e usado em outro projeto. Porém, Lynch valoriza demais tamanho salto tecnológico e pede para que dois ‘resolvedores de problemas’, que quase chegam perto de shadowrunners o escondam por hora.
Max é levado para um conhecido dos dois, que possui uma emissora pirata e acaba ligando Max a ela. Seu sucesso é imediato, o que chama atenção demais enquanto Carter se recupera e tenta desmascarar a própria emissora.
O mundo é uma mistura de Neuromancer com 1984, com uma cidade tecnológica, porém malcuidada, enorme diferença entre classes sociais. Porém a liberdade para a defesa da moral é bem maior que a maioria das distopias que se vê por aí, e é aproveitada muito bem. O filme tem um humor caótico, deixando sempre algo inesperado em aberto.
Série
Em 1987 uma série de duas temporadas foi lançada, totalizando 14 episódios. O piloto foi uma releitura do filme, com algumas mudanças no elenco, e principalmente, no conceito.
Max agora é puro software, sem depender de qualquer mainframe, o que faz com que ele vague pela emissora de Carter (Network 23) e não vá para a pirata. Lynch não se envolve quando o dono da emissora é desmascarado, o que o mantém ao lado de Carter por toda a série, entre outras coisas.
A série tem uma conotação bem mais leve que o filme e acaba não envolvendo as corrupções humanas tão visíveis em qualquer mundo cyberpunk. Mesmo assim, seus episódios trazem ideias interessantes que você talvez possa apresentar à sua mesa.
à mesa
- Max na série pode se alojar em qualquer aparelho digital que se conecte fisicamente onde ele já está e aparece quando quer, para quem quer, quase como um ‘micro Neuromancer’. Fazer um NPC ou mesmo um personagem desta natureza com certeza abriria um leque de aventuras.
- O dono da Network 23 depois da queda de Grossberg é um homem de moral muito elevada, algo quase impensável em um posto de poder em um mundo assim. A preocupação da maior emissora do mundo em manter a moral em um universo onde as TVs não podem ser desligadas é um ponto crítico. Se ele morresse, por exemplo, o mundo todo mudaria rapidamente. Pense em cargos importantes que podem fazer este tipo de reviravolta.
- Em um episódio, Lynch procura a localização de alguém que está hackeando a emissora. Ao saber que o sinal vinha da escola em que estudara, muda sua localização para a TV pirata Big Time, cujo dono é amigo de Carter. Então um conflito de argumentos revela que Lynch é um gênio, mas ainda não é uma pessoa madura. Varie na idade dos personagens e leve em conta não só seu talento, mas sua maturidade.
- Em outro episódio, um terrorista conhecido começa a fazer ataques e dar cobertura exclusiva a certo canal. Carter descobre que as duas partes haviam firmado um acordo, onde um ganharia audiência e outro, fundos para fazer ataques de verdade, já que os filmados eram só maquetes. A ideia de um perigo que se revela uma farsa, mas que ainda assim pressagia uma ameaça futura é muito empolgante de se jogar.
- O sistema é uma droga, mas acabar com ele de uma vez causaria um caos maior ainda. Ter que proteger aquilo que parece ser a fonte de problemas pode abrir a mente dos jogadores.
Um tempero a mais na sua narrativa
Nem todo sistema pode ser amigável para essas ideias, o que deixa a você mestre a adaptação de um ou outro.
Note que poucas delas servem como pontos centrais de uma campanha, mas todas podem enriquecer suas sessões e aumentar seu respeito como contador de histórias por aí hehe.
Comente a respeito, nos pergunte como implementar isso se tiver alguma dúvida e me xingue se não gostar. Foi feito de coração, mas nem por isso não tem defeitos. Abraço e até a próxima!