Yo! Beholder aqui extremamente feliz em escrever como foi a minha experiência de terminar um livro/aventura de RPG! Para quem anda acompanhando meus artigos, há alguns dias eu postei dizendo como é difícil terminar uma campanha e apesar de ainda não ter alcançado isso, consegui mestrar até ao fim uma aventura muito conhecida e muito épica, em minha opinião, do sistema d20.
O livro é A Trilogia Fogo das Bruxas Livro Um – A Mais Longa das Noites (lembrando que existe os livros 2 e 3 que compõe a campanha) e usei de uma mistura particular do sistema de Dungeons & Dragons 5E e Reinos de Ferro – Livro Básico para mestrar.
Foi a primeira vez em anos que eu não terminava uma aventura tão longa, vários jogadores na mesa chegaram a níveis que nunca alcançaram e eu gostaria de colocar abaixo alguns tópicos sobre minha experiência como um novato que finalmente alcançou a conclusão de uma aventura pronta.
Regras:
A cada nova jogatina mais e mais ideias vinham às cabeças de meus jogadores quanto ao que fazer. Chegaram momentos em que se tornou impossível contar apenas com o livro da aventura e com os manuais que eu consultava. Eu precisava encontrar maneiras de manter um balanceamento em determinadas situações e para isso tive que distorcer e inventar algumas regras. No começo isso me incomodava um pouco, mas com o passar dos jogos percebi que era inevitável e me adaptei. Depois desta experiência posso dizer que apoio os que dizem que o Mestre está acima das regras.
Linearidade:
Eu aprendi que um bom Mestre sempre busca dar certa liberdade a seus jogadores e evitar ao máximo força-los a seguir um linha imutável, entretanto, isso é bem mais difícil de se fazer quando se mestra uma aventura pronta. Como meus jogadores eram impulsivos em sua maioria eles seguiam pistas falsas ou se envolviam com NPCs que estava lá apenas para preencher o cenário com profundidade e eu dava meus pulos para traze-los de volta ao foco de maneira bem natural. Um exemplo foi uma servente de taverna que eu tive de dar nome, onde morava e uma personalidade mais profunda, tudo no improviso, porque um jogador se interessou por ela. Com tudo isso, posso dizer que, apensar de ter terminado a aventura, tenho certeza de que todo o miolo dela foi bem diferente do que o jogo pronto previu.
Persistência:
Conforme a aventura foi tomando forma e os personagens dos jogadores iam se envolvendo cada vez mais com a jogatina, menos o offtopic era presente na mesa. Eles chegavam já pegando as fichas e prontos pra eu começar, bem diferente das duas primeiras vezes que nos reunimos. Isso me fez perceber que não era só eu ali que queria chegar até o fim, mas os jogadores só começaram a demonstrar a mesma força de vontade depois que se apegaram ao jogo e aos seus personagens. Antes, quando eu percebia que logo na primeira jogatina os jogadores não estavam tão interessados, aquilo já não ia dar certo, mas agora entendi que, como Mestre, eu devo persistir até que eles gastem tanto tempo naquilo que comece a valer a pena. Claro que isso também envolve a qualidade do jogo o que me leva ao próximo tópico.
A Aventura:
EU RECOMENDO MUITO! Se você ainda não jogou nos Reinos de Ferro ou ainda não experimentou o Fogo das Bruxas (;3) corre atrás! A imersão é garantida, o cenário tem originalidade, a história é envolvente não só para os jogadores, mas para o mestre, pois ela apresenta tantos momentos de decisões que nem mesmo o narrador do jogo pode prever com facilidade como a coisa vai acabar. Ansioso para continuar com os 2 livros restantes. E por fim recomendo a trilha sonora de Sherlock Holmes e The Witcher 3 para este jogo!