Ok galerinha, mais terror em sua mesa, ainda tratando da Mão Pesada do Mestre. Certo então já disse o que se tem que fazer, agora vou dizer como fazer:
Primeiro passo, prenda os jogadores. Vou utilizar um exemplo que aconteceu comigo, eu estava narrando um RPG baseado em Obscure, e os personagens ficaram presos dentro do campus da escola numa sexta feira pela noite, então eles ficariam presos pelo final de semana, mais o feriado de cinco dias e o outro final de semana subsequente, depois disso a escola voltaria às atividades normais e na manhã da segunda feira eles retornariam.
Por que eles não simplesmente esperavam alguém dar pela falta deles, e/ou quando percebessem algum perigo simplesmente se escondiam e esperavam a escola voltar as atividades?
Bem, eu não deixei pontas soltas, todos ali tinham motivo pelo qual ninguém daria falta, e o principal motivo é que o diretor do instituto estava envolvido. Mas o principal motivo de eles estarem se aventurando é por causa do irmão de um deles havia sumido no campus e o tempo corria, eles sabiam que o garoto não sobreviveria muito tempo e eles também não se resolvessem se separar.
Mas eu cometi um erro jogando esse RPG, os jogadores ficaram assustados nos primeiro encontros com as criaturas, mas depois de um tempo ganharam coragem e ao invés de tentar fugir começaram a enfrentá-las. E o terror acabou e começou uma aventura de ação.
No RPG Chamado de Cthulhu, os jogadores podem ficar insanos de maneira perpétua apena por olhar alguma coisa sobrenatural, como uma faca flutuando, ou aqueles monstros cósmicos que só Lovecraft poderia inventar. Isso é Mão Pesada, isso é Terror!
Dados x Ações
Agora uma dica que os senhores devem levar pro resto da vida, seja clemente com relação a erros que provieram de péssimas rolagens, mas seja impiedoso com más escolhas.
Exemplo 1 – Os jogadores resolvem enfrentar a criatura que ronda o labirinto de cerca viva, péssima escolha, mas eles tiveram ótimas rolagens!!! Não importa, faça-os sair de lá derrotados e com consciência de que têm sorte de estarem vivos.
Mas os dados deles foram excelentes… Dane-se. No terror a coisa funciona mais ou menos assim: você tem quarenta quilos e vai enfrentar no ringue Mohammed Ali e Mike Tyson, ao mesmo tempo, ambos em seu auge. Não importa o quanto de sorte você tenha, não importa o quão bom foram seus golpes, você tem que rezar apenas pra sair vivo.
Exemplo 2 – Os jogadores resolvem tocar fogo na cerca viva sem adentrar o perímetro. Boa escolha, mas tiveram péssimas rolagens. Compense-os mesmo assim, mesmo que você não os dê a vitória, mostre que a falha ocorreu só por causa da aleatoriedade dos dados.
Dê Exemplo
Se você for um pouco sádico, assim como eu, essa parte será extremamente agradável. Sempre tem aquele jogador que vai criar o personagem que é bom de corpo a corpo, de tiro e de arma branca.
Deixe-o fazer a ficha do jeito que quiser, depois deixe-o se armar, normalmente esse tipo de jogador vai procurar armas e itens de dano, simplesmente corresponda as expectativas dele sobre onde achar armas e tudo o mais. Logo em seguida coloque um perigo e demonstre a inutilidade de tudo aquilo, e como já falei antes, se ele tomar más escolhas, mate-o.
Mão Pesada de Verdade
Essa é a dica do título, independentemente se não deu certo fazer os outros dois passos, os jogadores não tem apego aos personagens, ficam rindo e fazendo piadinhas durante a sessão. Mostre que você não está de brincadeira, faça os personagens perderem itens, membros, a vida, sem dó.
Uma descrição de: “vocês veem seu companheiro chorando e segurando as próprias tripas com a mão” sempre traz um choque aos jogadores e uma mudança no comportamento deles.
No mais é isso, gostaria de saber das experiências de terror de vocês, independentemente se você é mestre ou jogador, comenta aí.
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