O mundo do automobilismo tem sua beleza, mas também seu lado obscuro…
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R:Racing Evolution foi lançado em 2003 para GAme Cube, XBox e PlayStation 2 pela Namco. A softhouse antes ligada à Atari saiu da receita de Ridge Racer e focou no realismo, tanto do gameplay quanto do cenário.
Namco e as Pistas
Tudo começou em 1980 com Rally-X, um grande sucesso dos arcades. Foi um dos primeiros jogos do gênero e, apesar de não ser exatamente de corrida, ajudou a espalhar a ideia de carros e videogames.
Daí pra frente a empresa inúmeras séries de sucesso, como MotoGP, Final Lap, Wangan Midnight, Pole Position e, claro, Ridge Racer.
Presente tanto nos arcades quanto nos consoles caseiros, a Namco sempre investiu no tema F1 até os contratos de exclusividade entrarem em cena.
Até um jogo com elementos de RPG foi desenvolvido para o TurboGrafx-16 e PC Engine, Final Lap Twin.
Até hoje são mais de 20 títulos de corrida da Namco só na série Ridge Racer, que vem mudando sua temática recentemente.
O Jogo
R: Racing Evolution teve uma proposta de unir arcade e simulação em um jogo de corrida, parecido com o que já fazia em Ace Combat.
Uma campanha baseada em um enredo narrado de forma mais comum que em R4 – Ridge Racer Type 4 mostra a saga de Rena Hayami no mundo das corridas profissionais.
Algumas mecânicas inovadoras foram implementadas e a dinâmica do enredo voltava a ser usada em um jogo de corrida da empresa.
A ambientação no mundo real permitiu o uso de pistas e carros licenciados. A quantidade não é uma vantagem se comparada a outros títulos da época: 9 pistas
e 53 carros, mas a seleção não poderia ser melhor. Se pegar os 53 carros mais importantes em questões históricas e de categoria de um Gran Turismo, muitos deles estarão em R.
Game Design
R: Racing Evolution apresenta vários modos de jogo. O principal é o story, e além dos comuns arcade, versus e time attack, o modo event challenge é onde se gasta a maior parte do tempo. O modo garage é uma galeria geral e possui informações de cada carro.
A campanha story possui 14 capítulos, cada um contendo um evento ou um campeonato curto. O event challenge pode ser considerado seu complemento, mostrando as corridas de Rena entre os capítulos.
As corridas são divididas em três categorias: turismo, rally e arrancada. A física ou o comportamento dos carros não muda de uma para a outra, mas há carros específicos para cada uma.
Os diálogos são muito mais presentes que em outros jogos do gênero. Além do chefe de equipe, outros pilotos podem ser ouvidos conforme a situação e as ações do jogador.
O chefe de equipe dá feedbacks em curvas específicas das pistas sobre os pontos de frenagem e linha tomados. Eles ajudam a dominar a pista de maneira significativa.
Os carros são divididos por classes, de acordo com sua performance. A classe mais alta permite que ajustes sejam feitos durante a corrida usando os botões direcionais.
A moeda do jogo é o RP (reward point), conquistado com vitórias e ações na corrida, como ultrapassagem limpa, drift, etc. Ela é usada para comprar novos carros e desafios.
A mecânica que mais muda o jeito de jogar R é a pressão. Ao colar em um carro à frente uma barra começa a encher. Ela representa a pressão psicológica no piloto e quando cheia aumenta as chances de ele cometer um erro.
Enredo
Stephan Garnier era um renomado chefe de equipe, mas um acidente fatal com seu piloto o fez sumir do mapa por um tempo. Ao voltar sem levantar alarde, entra para uma grande equipe chamada GVI.
Em uma etapa nos EUA, seu piloto sofre um acidente e Garnier o acompanha durante o resgate. Em seu desespero, ele força a motorista da ambulância a usar toda a sua habilidade para chegar ao hospital o mais depressa possível.
Garnier se impressiona com o talento da motorista. Seu nome é Rena Hayami, uma jovem japonesa que vê seu mundo mudar de um dia para o outro ao aceitar a proposta de pilotar para o chefe de equipe.
O suporte e recursos da GVI garante um início de carreira glorioso para Rena, que fica conhecida pelo número de seu carro, 76. Mas os rumores de que a equipe manipula as corridas são um incômodo para piloto e chefe, além de suscitar olhares atravessados de outras pessoas. Uma delas e Gina Cavalli, uma exímia corredora italiana que vê Rena como mais um peão da GVI.
Em certa corrida Rena é ordenada a terminar em segundo lugar, e isso desmoraliza os dois heróis. Em seu primeiro evento de rally, Rena conhece o engenheiro Eddie, que passa a trabalhar com a dupla. Eddie dá a ideia de se desligar da GVI e criar uma equipe própria.
A equipe Garnier sofre com poucos recursos e contatos, mas acima de tudo com a perseguição da GVI. Dispostos a pôr fim à situação, Rena, Stephan e Eddie procuram resolver a questão dentro da pista, mas sentem a ameaça que os rodeia…
A música de R
A Namco Sound Team retorna após 3 anos de seu trabalho em Ridge Racer V. Yuu Miyake, Hiroshi Okubo, Akitaka Tohyama, Koji Nakagawa, e Satoru Kosaki se serviram do trance para criar faixas eletrônicas com uma tocada mais calma, que é uma das marcas registradas do jogo.
A colaboração com a casa King Street Sounds continua, com Stephanie Cooke cantando os temas de abertura e seu remix de fechamento. Ela já havia trabalhado em Ace Combat 04.
O álbum R: Racing Evolution Direct Audio foi lançado somente em 2014.
Considerações Finais
R: Racing Evolution bom jogo. Mesmo lançado no mesmo ano de Gran Turismo 3 tem a vantagem de estar presente em vários consoles.
Apesar de divertido, os furos na trama e previsibilidade do gameplay o deixam longe de ser perfeito. As ideias inovadoras são realmente boas e merecem outra chance de ser exploradas, mas até agora isso não aconteceu pelas mãos da Namco.
Vale a pena dar uma conferida, já que a beleza visual e inovação deixam a primeira experiência impressionante.
Este é um bom exemplo de que boas ideias também precisam de um bom planejamento de implementação para alcançarem seu potencial máximo.
Valeu galera e até a próxima!!!
Links
R: Racing Evolution – ISO para Game Cube
Dolphin – emulador de GC, em sua quinta versão
Trilha sonora – Ripada do jogo antes de sair o álbum