Geo ambientação: Espacialização da narrativa

Boa hora do dia senhores e senhoras, a proposta desse post é aumentar os conhecimentos básicos geográficos para uma boa partida de RPG, sem tentar parecer uma aula de ensino fundamental. As dicas aqui são voltadas para o narrador, mas um bom jogador enxerta a narrativa com suas experiências e conhecimentos ajudando a aventura, é só não ser chato e inconveniente que funciona.

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Tão superficial como o lado externo da superfície do chantilly em um capuchino, abordarei o tema de modo prático, rápido, pragmático, sucinto, resumido, prolixo… não pera.

Falando do básico, três elementos são importantes para uma maior imersão e ambientação do jogador na narrativa: Clima e tempo, local e paisagem e as criaturas e pessoas. Sendo assim, narrar o espaço geográfico em que o personagem está inserido, na verdade é o primeiro a se fazer, antes de qualquer coisa. Não vou nem entrar no detalhe de que seria bom deixar o jogador a parte da história e geografia do território ou região inserido, a menos que o personagem do mesmo tenha amnésia ou seja um extra planar (sempre há uma saída para o jogador que tem preguiça de criar seu background).

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Para a questão de narrativa imediata, a descrição básica do tempo basta, mas caso algum personagem jogador tenha vivido na região, a narrativa do clima é mais interessante. Em poucas palavras, a diferença de ambos aqui é que primeiro faz parte do arcabouço do segundo. Isso pode parecer irrelevante, mas a negligência do personagem em viajar em uma região sem conhecer o clima, pode gerar desafios. Ao chegar em territórios desconhecidos, por exemplo, um grupo de aventureiros podem viajar 3 dias seguidos com tempo bom de sol e nuvens, eles não sabem, mas aqueles três dias era na verdade a calmaria de uma verdadeira tempestade que é tão comum no clima chuvoso de uma região equatorial. ” Mas é só uma chuvinha”, aquele jogador “criado com vó”, acostumando no “leite com jerry-liu-aca02-jerry-liu-final-paintingpêra”, Danoninho, Ovomaltine, todo final de semana no shopping, que nunca foi mordido por uma cavalaria aérea de Aedes Aegypti no meio do mato, vai dizer. Porem, essa chuva equatorial torrencial, pode criar poças de lama, carruagens podem atolar, cavalos escorregar, equipamentos vão molhar, espadas enferrujar, a visibilidade diminui favorecendo uma emboscada de ladrões, o frio aumenta, a ventania rasga as barracas do acampamento a noite, e é melhor que o narrador não esteja pensando em colocar nenhum rio nas redondezas (o que é muito difícil de não ter).

Quando digo paisagem, me refiro ao conceito geográfico, que é basicamente, até onde os olhos alcançam. Como eu disse antes, sem um conhecimento prévio do personagem sobre clima, vegetação e terreno da região, não há porque narrar nada além do que se vê e a morfologia local pode trazer ainda mais armadilhas para os viajantes. Se uma tempestade já soa ruim em uma floresta, imagina se fosse em uma planície de alagamento, como um pântano. Uma depressão inesperada apos planalto poderia deixar o cavalo desconfortável dependendo da inclinação, e a subida daria mais canseira ainda, uma mata fechada seguida de abismo no meio da perseguição (essa é clássica), uma cordilheira gostosa cheia de altos e baixos para se atravessar (que não ajam carroças e carruagem), rios, deserto, etc.

andreas-rocha-an-thonn-gateConhecendo esses dois pontos comentados, fica até mais fácil para o narrador enriquecer sua narrativa na descrição do tipo de criaturas e pessoas que vão surgir, se surgir, no local. Aí vale a pena dar uma pesquisada para ver, mas falando do óbvio, geralmente próximo dos rios há cidades, vilas, aldeias. Os moradores dessa região são pescadores, mateiros, criadores de animais de pequeno porte. Animais selvagens podem vir beber água nesses rios, bestas mágicas podem vir caçá-los. Aqui, se o narrador se encontrar sem ideias para a aventura, basta pensar no espaço em que o personagem está.

Espacializar o personagem já pode desencadear aventuras, principalmente com jogadores pró ativos, cuidado para não deixá-los presos ao cenário. Caso seja uma campanha de super-heróis, épicos, experimentos malsucedidos (ou bem) e entre outras apelações caseiras esqueça tudo que foi dito. Brincadeira, mesmo grandes personagens apelões podem sofrer com adversidades simples do cenário, caso seja o líder de uma caravana real, imagine só, não há preocupações com ele, mas com os outros sob sua tutela pode haver dores de cabeça. Isso aqui é só uma pincelada sobre o que há por vir, em breve espero estar escrevendo mais sobre o espaço em que as narrativas acontecem e possíveis detalhes interessantes. No mais agradeço aos leitores e até.

Til next time

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