Criando personagens de RPG!

E aew roleplayers! Hoje vou dar umas dicas de como criar personagens coerentes e interessantes para sua campanha de RPG!

Bom para começar eu recomendo que você leia o nosso artigo Como criar personagens fictícios, um guia completo que todo criador de historias deveria ver!

– Mas porque precisamos de outro “guia” se já temos um?

Simples, criar personagens de RPG é um pouquinho diferente, pois nós temos a nossa querida Ficha de personagem! E nossa ficha tem que estar alinhada às nossas capacidades, personalidade e história.

personagens one piece
O mestre Oda mostra perfeitamente como o background constrói os personagens e influencia fortemente como eles agem.

Não existe um jeito certo de fazer seu personagem, mas hoje vou falar rapidinho para vocês sobre dois que acho que são os mais comuns, não sei se isso tem nome, mas eu vou chamar de construção, e desconstrução:

Construção

Você vai gerar o “conceito” do personagem conforme cria sua história e personalidade e isso vai se refletir na ficha do personagem. A construção do background vem antes da ficha.
Você define uma personalidade, e vai criando a história do seu personagem, no fim o resultado vai ser convertido na ficha, e suas capacidades serão um reflexo da história vivida pelo personagem.

Desconstrução

Você já tem um conceito pronto, já sabe como quer que esse personagem seja, quais vão ser suas capacidades! E agora vai desconstruir esse personagem para criar sua história.

Então a história do personagem é criada em cima das capacidades que ele já possui, então onde esse personagem deve ter nascido, como deve ter sido a criação dele, que tipo de situações devem ter acontecido com ele para que ele tenha se moldado dessa forma. Cada aspecto da ficha vai gerar perguntas e você deve usar as respostas a essas perguntas para criar uma história coerente.

Agora vou explorar um pouco os tópicos do nosso guia usando D&D como exemplo.

Físico

Força, destreza, constituição e segundo os livros de D&D carisma.

Em nossas características físicas estão o peso e saúde, que em D&D estariam diretamente ligadas a Constituição.

Uma pessoa muito magra geralmente não vai ser muito saudável, logo terá uma constituição baixa.

Uma pessoa no peso ideal para sua altura geralmente tem uma saúde mais estável e apresentará um valor de constituição mais elevado.

Uma pessoa gorda também não está nas melhores condições de saúde e não terá um valor muito elevado de constituição.

Mas como tudo na vida existem exceções às regras e alguém raquítico ou bem gordo pode ter uma saúde de ferro e isso seria refletido no seu valor de constituição. Logo o motivo por traz dessa pessoa estar fora do seu peso ideal deve ser diferente do clássico sedentarismo.

Um atributo que gera um pouco de discussão é o carisma, devido a sua descrição no livro de regras que diz o seguinte:

carisma-D&D

Então se meu personagem tem um valor baixo de carisma ele tem que ser feio? Eu particularmente não gosto dessa descrição. A aparência do personagem deve ser descrita pelo seu criador, mas claro estando dentro dos parâmetros do sistema, e tendo em vista que beleza física é também de certa forma subjetiva.

Força de personalidade e aparência são mais subjetivos e a critério do jogador. Já a sua capacidade para liderar/influenciar os outros e seu magnetismo pessoal já são dados que podemos trabalhar melhor dentro do sistema.

Sabe aquelas pessoas que as vezes nem são bonitas, mas chamam atenção e estão sempre rodeadas de pessoas? Esse é alguém com um carisma alto, alguém que atrai as pessoas, que as fascina.

E aquela menina linda, mas de nariz empinado que você acha chata só pela cara? Essa com certeza não tem um valor de carisma elevado.

Psicológico

Estaria relacionado a inteligência e sabedoria, e além disso está diretamente ligado ao temperamento, hábitos e atitudes do personagem.

Quando a inteligência diz respeito a sua capacidade de aprendizado. A sabedoria aborda intuição, força de vontade, percepção e autoconhecimento.

Os fatores extra ficha seriam seu temperamento (não confundir com tendência, pois alguém bondoso pode ser explosivo, e ficar com raiva facilmente por exemplo), o que traz felicidade ao personagem (provavelmente algo que o move para a vida que ele leva…) e seus hábitos.

Os hábitos tornam os personagens mais interessantes e cativantes… ou irritantes… de qualquer forma são marcas que fazem o personagem ter mais profundidade tornando-os memoráveis.

Pessoal

Boa parte do pessoal não está diretamente ligado a dados na ficha, mas está diretamente ligado a interpretação do personagem!

O que usaremos na ficha para representar essa parte é basicamente a tendência e comportamentos derivados das classes, como por exemplo a filosofia dos monges, o comportamento e senso dos paladinos, doutrinas de diferentes divindades. E sobre as doutrinas é importante salientar que não apenas clérigos cultuam divindades, qualquer devoto tem seu comportamento influenciado por suas crenças.

O ponto mais importante é, seja coerente. E novamente, ser coerente não é seguir um pensamento à risca. Dizer que um paladino não PODE mentir é diferente de dizer que ele não DEVE mentir. O mesmo vale para tendência e doutrinas, você deve tentar segui-las e sofrer (não apenas com as perdas de poderes, mas também interpretativamente) com suas falhas, afinal errar faz parte da natureza humana.

Personalidade

É a forma como seu personagem vai interagir com o mundo, levando em conta os aspectos psicológicos e pessoais. Como as experiências vividas vão influenciar nas decisões do seu personagem?

Temos como exemplo…

SPOILLER ALERT – Stranger Things

As cenas onde os garotos estão jogando RPG: na primeira Will e seu grupo estavam indecisos quanto a atacar ou se defender; já na segunda vez, todos concordam em atacar. Suas personalidades continuam as mesmas, mas, suas relações pessoais, como eles se veem como grupo, e devido as experiências vividas por eles ao longo daquela jornada, estão mais maduros.

É novamente o assunto da tendência, se meu personagem tem tendência boa ele não pode agir de forma cruel? Dependendo da circunstância é possível. Então a personalidade é o reflexo de todas as influencias em determinada situação.

Os mais interessantes de serem abordados tanto pelo jogador quanto pelo mestre são os medos e desejos, pois eles são agentes de grande influência nas ações dos personagens.

E a personalidade deve ser trabalhada durante todas as sessões, em um próximo artigo falarei mais sobre isso.

Práticas

São as ações que seu personagem toma. São jeitos e práticas. O que ele faz da vida para viver, ele tem um trabalho? Que tipo de roupas ele veste, como ele fala, o que ele gosta de beber ou comer, quais lugares gosta de frequentar, como gosta de se vestir.

Aqui você pode definir alguns aspectos interessantes para o personagem como ser pão duro e comprar sempre as coisas mais baratas possíveis ou o contrário. Pode montar trejeitos e peculiaridades do personagem. Ser frequentador de lugares impróprios, vícios ou apenas pequenos prazeres que ele goste, como fumar um cigarro para relaxar após situações estressantes.

E os outros aspectos da ficha?

Bom depois de fazer isso tudo basta preencher mais alguns dados na ficha para que seu personagem esteja pronto. E para manter seu personagem coerente temos algumas dicas.

Se você já tem seus atributos físicos, já tem um esboço da sua história em mente, o resto da ficha é basicamente anotar suas capacidades, no caso perícias e talentos. Aqui a dica é simples:

cidade ribeirinha fantasia

Use o seu background. Se seu personagem nasceu e cresceu em uma vila de pescadores, é mais fácil que ele tenha aprendido a nadar do que alguém que cresceu numa região semiárida. Um ladino precisa de habilidades diferentes de um guerreiro ou um pescador que tenha crescido na mesma cidade.

Se você cresce em uma tribo de bárbaros é meio complicado que você seja um mago, um feiticeiro seria mais plausível, e mesmo assim seus talentos e habilidades provavelmente seriam mais voltadas ao combate corpo a corpo. E novamente vamos enfatizar que existem exceções e é possível que alguém que cresça nessa mesma tribo não goste de violência e tente resolver seus problemas de outra forma.

Os NPCs que estavam presentes em sua história também tem impacto nas habilidades que seu personagem terá. Sendo eles professores ou apenas influenciadores. Em D&D existem perícias que tem uma marcação de “somente treinado” e é claro que se você não pode usá-la sem saber, você não é capaz de aprender do nada. Então a menos que você tenha tido um professor ou lido e estudado bastante a respeito não há porque ter essa perícia na ficha.

Por hoje é só, boa criação de personagens e 400 de XP! Ah já juntou XP suficiente para evoluir alguns pontos no seu personagem? Então veja nosso artigo sobre o arco do personagem, como as aventuras e a experiência acumulada vão moldar seu personagem!

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